sexta-feira, 23 de junho de 2017

Construção do Citation 60 FAI F3A da Yoshioka


A sofisticação do Citation começa com a disposição das peças na caixa, se você ousar tirar alguma peça certamente terá problemas para fecha-la. 





Comecei a construção do modelo colando as duas peças que compõe a fuselagem. Para garantir o perfeito alinhamento fixei a régua com alfinetes e colei as peças.


Com uma lateral absolutamente alinhada, fixei a outra metade em espelho, pois agiliza a construção ao tempo que permite um perfeito alinhamento entre as duas. Aproveitei para alinhar, gabaritar, preparar as peças para a colagem do reforço de compensado com cola de contato posicionando alfinetes em todos os cantos, pois como já disse anteriormente  a cola de contato adere ao contato não permitindo o reposicionamento das peças.



Aplico fita crepe para proteger as áreas que não pretendo atingir com a cola spray.



Apliquei a cola nas duas peças de uma só vez.




Com cuidado posicionei o reforço de compensado e depois pressionei fortemente com o taco de lixa para a cola ter aderência plena.




Depois é só retirar a proteção de fita crepe.




Com epoxy uni as peças da parede de fogo.




Com dois pedaços de fita dupla face juntei as duas laterais da fuselagem e com o taco de lixa as igualei uniformemente.




Misturei um pouco de epoxy 30 minutos e colei as peças da parede de fogo as laterais.



Como construi a fuselagem sobre a planta tive de usar dois esquadros, um para transferir a posição das peças da planta para a fuselagem, e outro para alinhar as cavernas com a fuselagem.




Para garantir que nada se mova, usei esquadros bem pesados fixos a bancada com alfinetes. Vale a pena frisar que nesta etapa da construção é muito importante fazer a colagem da junção do fim  da fuselagem com dois esquadros, pois a mínima torção trará enormes dores de cabeça com o alinhamento do leme.



O compartimento da pipa foi chato, pois o assoalho veio bruto, sem nenhum contorno, demandando um tempinho extra para ser cortado e ajustado.



Aqui uma visão geral  da fuselagem e da colagem da parede de fogo do trem e do chapeamento da cauda. 



Comecei o segundo dia tomando 4 gotas de Rivotril, pois já imaginava o que me esperava. Catalisei 10 gramas de resina e passei por todo o compartimento do tanque. Pode parecer exagero, mas num eventual vazamento do tanque o modelo não será condenado com o óleo que quando encharca a madeira de dentro para fora ataca a pintura  danificando irreversivelmente o modelo. Vale lembrar que o epoxy é resistente , não a prova de combustível. O mais indicado para selar a madeira é o DOPE a prova de combustível.




O kit apesar de ser um espetáculo requer alguns ajustes, não vem como as peças da MK com a angulação já ajustada, assim como as aberturas das cavernas.










Antes da colagem das peças do topo é a ultima chance que temos para limpar as cracas de cola.




Dei uma conferida nos blocos do nariz e ...



colei.




Colei as varetas do topo da fuselagem...




o bloco do nariz...




as chapas da lateral dianteira...




e traseira.




Depois de seco , lixei o topo para fazer a derradeira colagem dos blocos que finalmente completam a fuselagem.







Ao final do dia já cansado, não  resisti e dei uma pré lixada em  um dos lados pra ver como vai ficar.




Para fazer a furação do montante do motor , eu coloquei espaçadores de um milímetro entre o spiner e a caverna frontal e prendi todo o conjunto firmemente com fita crepe.



Com o prolongador do Dremell fiz os furos no montante e aparafusei o motor. 




Finalmente pude fazer a marcação definitiva do local exato do spinner e fiz o lixamento fino, definitivo.



Posicionei as carenagens para ter uma idéia de como vai ficar.




Para o modelo não ficar "testudo"o desbaste do bloco do nariz deve ser feita de tal forma a ficar evidente que mesmo sem a transparência do para-brisas, consigamos visualizar os limites das partes. Depois de ter certeza que o lixamento é satisfatório , basta passar uma lixinha 150 e apagar o desnível   mostrado na foto. 




Peguei no meu estoque de peças da Mk um dispositivo desenvolvido exclusivamente para corrigir o angulo do profundor caso necessário. 




 Por razões que desconheço os fabricantes desses modelos não usam longarina no profundor, mas eu resolvi colocar por segurança , já que todo o esforço será descarregado nas duas primeira nervuras. Todos os modelos que tive fui obrigado a adicionar pelo menos 100 gramas de chumbo na cauda, portanto, economizar peso na cauda é pura bobagem, eu sempre uso tudo que posso para adicionar peso durante a construção e acabamento. Fiz também o chapeamento do profundor com cola de madeira TITEBOND.











Tive que adaptar duas nervuras na base do profundor, pois o projeto original não possuía. Usei uma fita crepe como guia que nada mais era do que a cópia exata da espessura da fuselagem para posicionar e colar as novas peças.



Aqui uma vista superior de onde serão feitas as aberturas para a acomodação do ajustador de angulo.




Como já tive problemas no passado com a colagem das nervuras do profundor que sustentam o controle de pitch, eu decidi reforçar as nervuras com fibra. O peso adicionado é mínimo e a segurança é infinita. No passado eu já quebrei a nervura de suporte do conjunto ao colocar o profundor. Tive que fazer o conserto com ciano , por dentro do profundor. uma porqueira só e ainda ficou frágil.




Aqui uma vista do modelo imobilizado e alinhado enquanto a cola do suporte do controle de angulo seca.



Pra mim a parte mais difícil de se construir num aeromodelo é o leme, pois o fato de ser pequeno nos tenta  a faze-lo sem alinhamento, no olho o que obviamente compromete o aeromodelo todo.  Como já fiz essa idiotice um monte de vezes e me dei mal, agora tomo todas as precauções. Primeiro monto a  estrutura do leme e a colo ao chapeado com ciano sem me preocupar com o alinhamento. Depois alinho o leme colando-o a bancada com ciano para só depois colar o segundo lado do chapeado, agora usando cola de madeira de secagem mais lenta. Passo a cola de madeira em quase toda a estrutura, menos no bordo de ataque que colo com ciano para manter o chapeado seguro no lugar, e com saquinhos de areia mantenho o chapeado aderido a estrutura enquanto a cola seca. Fiz o mesmo com o profundor.




Antes de lixar fiz o risco guia. Para tal eu uso uma fita crepe, pois não consigo faze-lo com precisão de outra forma.



Jamais lixo o risco guia até ter absoluta certeza que  já atingi a precisão desejada no desbaste das superfícies.




Aqui os profundares presos a mesa onde o segundo chapeado  está sendo colado com os saquinhos de areia para manter tudo rente a estrutura.




Perceba o pedaço de balsa colado as pontas para não haver torção durante a secagem da cola.




Antes de fazer o chamamento, fiz um decalque do profundor para posteriormente abrir os buracos dos parafusos que seguram um dos profundares.




Aqui os buracos já abertos e acabados com fenolite.




Para fazer o desbaste do bloco da cauda , eu protejo o leme com fita crepe para evitar alguma batida indesejada no leme pelo lixador.




Mesmo com a peça  quase perfeita, ainda assim deixo o risco que marca , me guia, durante todo o processo de lixagem. Perceba o risquinho na frente da emenda entre os dois blocos .




Agora que a cauda me parece razoável, já posso apagar o risquinho que insiste em ficar. 




Ao fim do dia uma visão geral com as superfícies móveis da cauda provisoriamente instaladas.




Por razões que desconheço os fabricantes de aeromodelos fazem as peças de fibra com  resina de poliéster e recomendam que usemos epoxy na colagem. Ora, todo mundo sabe que epoxy não gruda no  poliéster e vice versa, por isso faço sempre um molde de todas as peças dos aviões que monto e as reproduzo em epoxy.




Comecei a adaptação da carenagem da pipa fazendo um espaçador de 5 camadas de fita crepe e uma de dupla face e fixei a caverna da carenagem...




E colei com epoxy 30 minutos. Para não ter perigo da cola unir a peça e a fuselagem, eu fiz uma separação com fita crepe impregnada com carnaúba. 




Furei, adaptei e colei o toquinho que segura a carenagem em um dos lados da fuselagem.




Agora o outro lado.




Tambem isolei da fuselagem , com fita crepe e carnaúba o toquinho que vai ser colado a carenagem.




Usei o molde  para colar as guias das travas da carenagem sem empenar ou torcer, a colagem fica perfeita.



O paquímetro me dá o espaçamento necessário de 4 mm indicados pelo fabricante para a colagem da vareta.


Um dos lados já pronto.




Aqui a colagem do guia da carenagem  frontal.




Eu usei o toquinho do parafuso da carenagem de guia para uma perfeita adaptação a fuselagem, pois jamais deixo parafusos a vista. Com a fita crepe empregada com carnaúba colei o arame de aço e o toquinho sem aderir a parede de fogo e em seguida colei a carenagem ao toquino.




Aqui o detalhe da carenagem com os guias já colados.





Furei a carenagem e colei o suporte do parafuso por dentro.





Depois de tudo pronto, dei a lixada final acertando a carenagem de fibra com o nariz.





Uma vista lateral das carenagens ajustadas.




No dia seguinte cortei uma parte da caverna do spinner na espessura da chapa de carbono, algo em torno de 2mm...








Transferi o contorno da peça a chapa de carbono coberta com um pedaço de fita crepe, que facilita  a visualização no carbono que é escuro e cortei.




Passei carnauba na fita crepe, catalisei um pouco de epoxy com fibra moída e com a régua alinhando fiz a colagem. 



Depois de alguns minutos com a cola completamente seca fiz a separação das peças , lixei o excesso de cola e colei a peça de carbono a carenagem de fibra.







Pronto.  Os parafusos ficarão escondido atrás do spinner.




Acordei cedo, tomei 10 gotas de Rivotril e parti para abrir as saídas de ar da carenagem, o que me tomou quase duas horas de trabalho, mas valeu a pena.




Construi as asas e separadamente as lixei.




Para não ter que ficar medindo, eu junto as asas com o grampo e lixo as longarinas de uma só vez.








Aqui as duas metades já unidas e prontas para receberem o chapeado.




Colei a parte de baixo do chapeado com ciano, sem me preocupar com o alinhamento.




Abri as nervuras para a passagem dos fios do trem e aileron, fibrei as nervuras que suportam o trem dando especial atenção para o reforço nos bordos de ataque e fuga. 




Fiz uma marquinha no centro da nervura da ponta da asa entre o bordo de ataque e fuga e colei um gabarito de balsa fixando a asa a mesa com ciano.




Com o paquímetro fiz o mesmo na raiz da asa. Perceba que uso uma chapa de balsa mantendo a asa imóvel enquanto faço a medição.




Com a raiz e a ponta da asa firmemente fixas a bancada finalmente alinhei com a régua de metal o bordo de ataque e fuga e colei gabaritos de balsa para manter tudo bem fixo a mesa.




Passei cola de madeira em toda a estrutura e fixei o chapeado sobre a asa com fita crepe.




Acomodei saquinhos de areia sobre o chapeado  para mante-lo o mais justo possível sobre a estrutura da asa e mais alguns pesos que achei por perto. Esta etapa é crucial para o sucesso da construção, pois se houver um vão entre o chapeado e a estrutura da asa , ao pintar o modelo um calombo ira aparecer condenando o modelo.



Colei e lixei os blocos das pontas da asa.



Abri o canal dos torque rods e colei a peça a asa com os flaps no lugar para manter os arames também alinhados. Eu passo carnaúba nos torque rods e preencho os espaços com epoxy. Depois de seca a cola é só dar uma forçadinha e o troque rod se solta.





Usei duas camadas de fita crepe e uma de dupla face como espaçador e fixei as cavernas que serão coladas a asa. Fixei a peça que sustentará a asa com epoxy e usei dois parafusos de rosca soberba para garantir que jamais se soltará.




 Usei o assoalho de compensado da pipa para saber com precisão o lugar da caverna. 




Colei os pinos de fixação da asa com epoxy 30 minutos para ter um tempo para alinhar a asa a fuselagem. 



Para fazer a entrada de ar do nariz eu apliquei algumas camadas de fita crepe, passei carnaúba, catalisei massa plástica e espalhei sobre a área desejada.



Passei carnaúba na entrada de ar e preenchi com massa plástica. 



Depois de seca  a massa plástica, saquei  a peça do modelo e retirei as marcas da fita crepe com lixa 80, 150 e finalmente 400.






Para não ter perigo de fraturar a peça da entrada de ar eu a lixei na própria carenagem.







Colei a entrada de ar a peça do contorno do nariz com massa plástica e enquanto ainda estava secando, ainda macia, eu retirei o excesso com a espátula.




Apliquei carnaúba ao molde e laminei a entrada de ar.




Como a peça ficou um pouco grande decidi fazer uma menor. Veja o meu ultimo post "COMO FAZER ENTRADA DE AR NACA EM FIBRA DE VIDRO".




Antes de construir a cama da pipa na barriga é imperativo que simulemos a espessura da fibra, primer , tinta e verniz que empregaremos no acabamento do modelo. A saida que encontrei foi usar três camadas de fita crepe sobrepostas para servirem de espaçador entre a asa e a fuselagem. Caso isso não seja feito, após o acabamento, os encaixes da asa e fuselagem serão totalmente diferentes obrigando o modelista a lixar a tinta para encaixar a  asa e a carenagem da pipa, o que condenaria o acabamento e consequentemente acabando com o glamour de se construir um modelo raro como esse.  




Como usei três camadas de fita crepe como espaçador em todo o modelo na colagem do assoalho não seria diferente.



Prendi com fita crepe firmemente o assoalho a fuselagem para que não se entorte durante a colagem



Durante a secagem do epoxy 30 minutos que usei na colagem do assoalho, encaixei e aparafusei a carenagem firmemente a sua posição natural para usa-la como guia e encontrar  a localização exata do assoalho 


Depois de seca a cola lixei o excesso de material utilizando sempre uma fita crepe para proteger a asa de batidas indesejadas do lixador.



Fibrei o berço da pipa com epoxy para proteger a madeira numa eventual ruptura do silicone do cotovelo, o que é muito comum nesses modelos com a pipa embutida.






Aqui uma visão geral do berço da pipa, já com o parafuso da asa.




Uma visão mais clara do encaixe da asa com a fuselagem.




Depois de um dia de trabalho, finalmente a recompensa pelo esforço, a entrada de ar ficou um espetáculo.



Colei as guias da carenagem e com a lima de diamante fiz o ajuste.




Fiz a colagem das peças da asa com ciano.




Protegi a fuselagem com fita crepe para o lixamento não deformar partes já ajustadas.




Com a plaina retirei o excesso de balsa.




O disco de carbide é ótimo para fazer o desbaste e dar o formato apropriado.




O lixamento fino foi feito com uma lixa 80 enrolada no tubo de carbide.



Pronto.



    Ao invés de usar madeira dura para segurar o arame que protege o leme , resolvi fazer uma peça de fibra de carbono que alem de ser mais fácil de adaptar é muito mais resistente e leve. Veja como foi feita no post"Como fazer o reforço da cauda".




Como este modelo merece todo o nosso esforço, fiz uma instalação do servo do aileron mais trabalhada. veja como foi feita no post "Como fazer a instalação do servo do aileron".




Abri a cava do reforço do horn do aileron e com epoxy a fixei.






Quando o Citation foi concebido no início dos anos 80, ainda não havia os motores "long stroke", daí a razão pela qual o Hanno Specia não coube confortavelmente dentro da carenagem, mas foi o possível a ser feito.



Os detalhes da construção da caixa de rodas esta na postagem"como fazer a caixa de rodas em fibra de vidro".



O encosto da asa foi feito com resina epoxy e aerosil. Veja como foi feito no post "Como fazer o encosto da asa com resina epoxy". 



Abri um rasgo na asa com o dremel, impregnei dois tecidos de 5OZ com resina epoxy e com o pincel formatei o berço da pipa.



Dei uma lixadinha para dar o acabamento...




E acomodei a pipa para me certificar que ficou adequadamente adaptada a asa.